A taxa de prevalência da doença caiu 65% nos últimos 10 anos. A redução é resultado das ações para a eliminação da doença, que foi intensificada nos últimos anos.
Como parte das ações que marcam o Dia Mundial de Luta contra a
Hanseníase, o Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (14) uma campanha
educativa dirigida à população e aos profissionais de saúde. Com slogan
"Hanseníase tem cura", a campanha orienta os profissionais de saúde a
identificar os sinais e sintomas da doença visando o diagnóstico precoce.
A ação será concentrada em todas as capitais e nas cidades com
mais de 100 mil habitantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além da
Baixada Fluminense, das regiões metropolitanas de São Paulo e Belo Horizonte e
do norte de Minas Gerais. Estas áreas são consideradas, pelo Ministério da
Saúde, como prioritários para ações de combate à doença por concentrarem a
maioria dos casos.
Serão divulgados materiais, como cartazes para a população,
e-mail informativo aos profissionais de saúde, spot de rádio, outdoors e
campanhas na internet, especialmente nas redes sociais. Em dois estados e no
Distrito Federal também serão desenvolvidas outras atividades. Em Brasília, uma
carreta da Fundação Novartis ficará estacionada, de 14 a 17 deste mês, na
Rodoviária do Plano Piloto para realizar diagnósticos e orientar a população
sobre a doença. Também serão desenvolvidas atividades em duas linhas de trem
geridas pela Fundação Vale, nos estados do Pará e no Maranhão.
O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde,
Jarbas Barbosa explicou que a campanha é de fundamental importância para
conscientizar à população sobre a existência da doença e também sobre a
disponibilidade do tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em reunião, nesta terça-feira, com as instituições e
organizações sociais que trabalham no combate à hanseníase, o secretário
ressaltou a importância da parceria entre o Ministério da Saúde e essas
entidades para o combate à doença. Participaram do encontro, representantes do
Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan); da
Sociedade Brasileira de Hansenologia; Sociedade Brasileira de Dermatologia;
Grupo de Apoio às Mulheres com Hanseníase; além de representantes das
secretarias de Saúde dos Estados de Sergipe; Maranhão; Pará, entre outras
entidades.
LEIA MAIS....
LEIA MAIS....
RECURSOS
O Ministério da Saúde vem apoiando os estados e os municípios
que ainda apresentam maior concentração da doença e que estão localizados,
principalmente, nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No final do ano,
foram disponibilizados R$ 15,6 milhões a 40 municípios prioritários para a
implantação de ações inovadoras que acelerem o combate à hanseníase e
esquistossomose. Essas cidades detêm 24% dos casos novos de hanseníase
diagnosticados no país. Os recursos devem ser aplicados em ações, aprovadas pela
Secretaria de Vigilância em Saúde, com foco na busca de casos suspeitos, exames
de contatos, integração com a Estratégia Saúde da Família e outras ações que
eliminem os focos de transmissão da doença.
ESCOLARES
Em 2013, o Ministério da Saúde realizou uma campanha inédita
nas escolas para diagnóstico de casos suspeitos de hanseníase e tratamento
coletivo de geohelmintos em 852 municípios, considerados prioritários. A
campanha teve como objetivo a detecção de casos novos de hanseníase entre
menores de 15 anos. "A partir destas análises foi possível identificar - nas
famílias e nas comunidades - adultos portadores da hanseníase, que podem ter
sido a fonte de infecção das crianças", explicou o Secretário de Vigilância em
Saúde. Segundo ele, quando há um caso em criança é porque existe um adulto
próximo ainda sem diagnóstico e tratamento.
Foram submetidos ao exame inicial cerca 3,8 milhões de alunos,
dos quais 243 mil foram encaminhados para avaliação nas unidades de saúde, sendo
confirmados para a doença cerca de 300. Além disso, pela primeira vez no país,
foi realizado o tratamento coletivo para verminoses, que alcançou 2,8 milhões de
crianças. O Ministério da Saúde irá realizar nova campanha nas escolas, prevista
para o primeiro semestre deste ano, acrescentando mais 150 municípios,
totalizando cerca de 1.000 municípios.
QUEDA
A taxa de prevalência de hanseníase caiu 65% nos últimos 10
anos, passando de 4,33, em 2002, para 1,51 por 10 mil habitantes, em 2012. A
queda é resultado das ações de combate à doença, intensificada nos últimos anos.
O Brasil registrou 33.303 casos novos da doença. Em 2012, o coeficiente de
detecção foi de17,17/100 mil habitantes na população em geral. Em menores de 15
anos, o coeficiente foi de 4,81/100 mil habitantes, redução percentual acumulada
de 40% na comparação com o período de 2003 (7,98/100 mil habitantes) a 2012.
Cinco estados apresentam coeficiente de prevalência acima de três casos por 10
mil habitantes (Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará e Rondônia) e três
estados a menor taxa de prevalência (Rio Grande Sul com 0,12/10 mil habitantes;
Santa Catarina 0,29/10 mil e São Paulo 0,34/10 mil).
MONITORAMENTO
Entre as ações adotadas pelo Ministério da Saúde, também se
destaca o Monitoramento para Eliminação da Hanseníase, realizado com apoio da
Organização Pan-Americana/Organização Mundial da Saúde, que coletou dados em 60
municípios. Foram pesquisadas 164 unidades de saúde de todo Brasil,
representando 27% da população brasileira (52,8 milhões). Os municípios
selecionados foram os que apresentam maior carga da doença e concentram 60% dos
casos.
Foram examinados 6.170 prontuários, realizadas 656 entrevistas
com pacientes e com 279 com profissionais de saúde. No monitoramento, ficou
constatado que 87,5% dos municípios brasileiros oferecem serviços de diagnóstico
e tratamento para hanseníase. Também se observou na pesquisa redução da
proporção de casos com grau dois de incapacidade física, de 18%, quando
comparado os anos de 2007 e de 2011, demonstrando que o diagnóstico precoce está
crescendo.
A ampliação da oferta de tratamento nas unidades públicas de
saúde; o fortalecimento da busca ativa de casos para o diagnóstico precoce e
tratamento oportuno, além do aumento da capacidade de profissionais para
realizar diagnósticos também são medidas que vem sendo adotadas para a
eliminação da doença. O Ministério da Saúde repassa, regularmente, a estados e
municípios recursos para as ações de vigilância, prevenção e controle de
doenças, inclusive para a hanseníase, por meio do Piso Financeiro de Vigilância
em Saúde. Em 2013, esses recursos totalizaram R$ 1,3 bilhão.
http://sna.saude.gov.br/noticias.cfm?id=5092
Nenhum comentário:
Postar um comentário